Composto por 12 bobinas enroladas em volta de um núcleo comum constituído por um fio único de ferro macio, sobre si próprio um grande número de vezes de maneira a formar um feixe circular. As bobinas têm todas o mesmo número de voltas e estão ligadas num único circuito induzido, com cada ponto de junção de duas bobinas consecutivas ligado a uma barra de cobre adaptada sobre o eixo do anel segundo as suas geratrizes, ficando isoladas entre si e do próprio eixo por lâminas de ebonite. O conjunto destas hastes de cobre forma uma bainha em torno do eixo numa face do anel e constitui o cilindro coletor, fixo ao próximo eixo do anel e girando com ele. Sobre as partes superiores e inferior desta bainha apoiam-se de cada lado do eixo os pincéis coletores ou escovas, formados por fios metálicos de cobre, e que se destinam a recolher as correntes geradas nas bobinas. Esses pincéis apoiam-se em duas hastes condutoras munidas de ligadores - os polos do gerador - onde se devem ligar os reóforos para fechar o circuito exterior. O anel encontra-se entre os polos magnéticos dos dois imanes que formam o indutor, e que se encontram fixos no topo de hastes de latão, assentes numa base de madeira que serve de sustentação a todo o dispositivo. Pondo o anel em movimento com o auxilio de uma manivela e duma roda dentada que engrena com um parafuso sem fim fixo ao eixo do anel, a máquina de Gramme fornece correntes contínuas.

Utilizado para a produção de correntes contínuas.

Zénobe Théophile Gramme (1826-1901), físico belga, mal sabia ler e escrever quando foi para Paris em 1856. Trabalhou na construção de máquinas elétricas, entusiasmou-se pelo estudo da Física. Em 1869 adaptou um anel a um dínamo, obtendo assim um modelo prático de gerador de corrente contínua, que apresentou à Academia das Ciências, em 1871. Esse gerador foi industrializado a partir de 1878.
Com a descoberta do princípio de indução eletromagnética, pelo físico Michael Faraday (1791-1867) em 1831, tornou-se possível a construção de geradores eletromagnéticos, de que o primeiro exemplar foi a máquina do francês Hippolyte Pixii (1808-1835), criada em 1832 a pedido de Ampère. O primeiro induzido em forma de anel deve-se ao italiano António Pacinotti (1841-1912), que inventou em 1864 o primeiro gerador de corrente contínua, embora o mérito da sua invenção tenha sido atribuído ao belga Zénobe Gramme (1826-1901). Em 1866 o engenheiro Werner von Siemens (1816-1892) substituiu o íman permanente por um eletroíman excitado pela própria corrente produzida pela máquina.