Em geral todos os instrumentos conhecidos com o nome de amperímetros são galvanómetros que se usam na indústria para medir fortes correntes, se bem que não têm a exatidão dos galvanómetros de gabinete, têm a suficiente para as necessidades da indústria. As dimensões, forma e construção deste amperímetro é exatamente igual à dos voltímetros do mesmo construtor. Provido de um potente meridiano artificial, o instrumento não necessita de orientação, não tendo influência, nas suas indicações, o magnetismo terrestre. Consiste no seguinte: entre os dois polos de um pequeno, mas forte íman, em forma de C, coloca-se um carreto quase cilíndrico, fixo, formado por uma cinta de cobre bem isolada que dá algumas voltas. O eixo do carreto não é perpendicular à linha dos pólos, mas sim algo inclinado sobre esta. Dentro do mesmo e no seu centro há uma agulha, que consiste num pequeno disco de ferro macio, a qual, como se encontra no campo magnético dos polos, está sobre a sua influência e orientada na direção da linha polar ou nas linhas de forças do campo; por assim dizer, está naturalmente orientada quase que perpendicularmente ao eixo do carreto. Os extremos da cinta, que forma o carreto, comunicam com os bornes ou parafusos apreensores do instrumento. Se passa uma corrente pelo carreto, a agulha se desviará, tendendo a colocar-se paralelamente ao eixo do carreto, e o desvio será maior quanto maior for a corrente. Como a agulha está dentro do carreto, é invisível, mas o seu eixo de rotação atravessa o carreto, saí para o exterior e faz mover uma agulha indicadora leve e comprida, cuja ponta marca sobre a escala circular o número de amperes que tem a corrente. Quando se quer medir a corrente que percorre um circuito, devemos colocar o amperímetro a intercalar o mesmo. Este instrumento funciona em qualquer posição: colocado sobre uma mesa, na mão, etc. As indicações são contínuas e acusa a menor alteração na corrente medida. Quase todos os amperímetros estão acompanhados de uma coleção de shunts, para poder aplicar um ou outro, segundo sejam os valores das intensidades das correntes que se quer medir. Servem, assim, para reduzir a corrente, por maior que ela seja. Ele reduz para metade a corrente que passa de modo que este redutor numa corrente de 40 amperes, não marque mais de 20 amperes no amperímetro. Empregando este shunt tem que se multiplicar por dois as indicações do amperímetro. Mas podemos também empregar shunts de 1/3, 1/4, 1/5 ou até 1/10. As indicações dadas, empregando estes valores, têm que se multiplicar por 3, 4, 5 ou 10 para saber a medida exata.

Aparelho portátil de leitura direta, com uma agulha que desliza numa escala graduada em amperes, fazendo desta forma leituras em amperes de correntes elétricas.

Carpentier, Jules (1851-1921), estudou no Liceu Louis le Grand e integra a escola Politécnica em 1871. Fabricante engenheiro do Estado a partir de 1873 a 1876. Foi igualmente Engenheiro da Companhia dos Caminhos de Ferro Paris-mediterrânica. A partir de 1876 a 1878 foi Vice-Chefe Engenheiro do equipamento.
Adquire o ex-Ruhmkorff workshops, que se encontrava à beira da falência, e em poucos anos, transformou-a numa casa que especializada na concepção e fabrico de instrumentos de medição eléctrica para utilização em experiências científicas e usos industriais. Oficinas Carpentier lançaram os primeiros galvanómetros, amperímetros e voltímetros, pontes de Wheatstone, capacidade padrão, etc.
Em 1890 decida-se à fotografia. Ele tornou-se membro da Academia de Ciências em 1907 e presidente da Sociedade Francesa de Fotografia em 1909. Ela criou os periscópios dos submarinos, metralhadoras antiaéreas na primeira Guerra Mundial.
A sua paixão pela paixão pelo automóvel foi fatal, morrendo num acidente em 1921.