Composto por duas partes, a eletromagnética e a mecânica. A parte eletromagnética consta de um eletroíman retangular, disposto horizontalmente, cuja armadura tem uma haste com um dedo que entra numa forquilha fixa a um eixo. A parte mecânica consta de um movimento de relojoaria acionado por um motor de mola. Sobre o eixo do último carreto acha-se montada uma roda de escape e, no prolongamento do mesmo eixo, uma agulha que gira sobre um mostrador, contendo os mesmos sinais que o manipulador, dispostos na mesma ordem. A roda de escape compõe-se de duas rodas, iguais e paralelas, cada uma com 13 dentes, alternando os dentes de uma com os dentes de outra. No eixo está montada uma palheta que trava a roda de escape. Quando o fio das bobinas do eletroíman não é percorrido por corrente alguma, isto é, quando a manivela do manipulador da estação correspondente está na posição de repouso ou sobre uma letra de ordem par; quando, porém, o fio das bobinas é percorrido por uma corrente, isto é, quando a manivela do manipulador da estação correspondente está sobre uma letra de ordem ímpar, a armadura é atraída e a palheta destrava a roda para travar a roda de escape. É fácil de ver agora como se aproveitam as emissões e interrupções de corrente para reproduzir no recetor as letras e sinais transmitidos pelo manipulador. Imaginemos que se quer transmitir a letra C, para isso o telegrafista eleva um pouco a manivela do manipulador e gira com ela até ao sector marcado com a referida letra, fazendo entrar o dente no encaixe respetivo. A manivela, porém, passando da cruz ao setor A, põe a pilha em comunicação com a linha e a corrente, atravessando o eletroíman do recetor, magnetiza os núcleos, a armadura é atraída e a palheta abandona a roda para se colocar no plano travando a roda de escape. No entanto gira 1/26 da circunferência, arrastando a agulha do recetor da cruz para o setor A e para o setor B. Na passagem da manivela de B para C dá-se nova emissão e novos movimentos da palheta e da roda de escape, e a agulha do recetor para na letra C que corresponde precisamente à posição da manivela na estação de partida. As palavras transmitem-se letra a letra, partindo da cruz e voltando a ela depois de terminar cada uma, movendo-se a manivela sempre no mesmo sentido. Para passar das letras aos algarismos dão-se duas voltas completas com a manivela, fazendo em cada volta uma paragem na cruz.

Utilizado para receber mensagens telegráficas.

Louis-Clement Breguet (1804-1883), físico e relojoeiro, natural de França, começou a construir, em 1833, instrumentos aplicados à ciência física: inventou alguns instrumentos elétricos e contribuiu para o desenvolvimento da telegrafia elétrica (a partir de 1856, registou inúmeras patentes de relógios elétricos); em colaboração com Masson e Savart desenvolveu os primeiros protótipos das bobinas de indução, mais tarde chamadas de RhumKorff; construiu o primeiro íman de Jamin e utilizou-o num gerador elétrico; e criou um telégrafo portátil e o sistema telegráfico que tem o seu nome.