Composto por dois eletroíman, correspondentes cada um à sua direção. Na parte interior está uma campainha elétrica da qual se vê o timbre e o martelo. Esta campainha funciona por meio de uma pilha local que entra em atividade quando o seu circuito é fechado pela magnetização de algum dos eletroíman. Se por exemplo, a corrente elétrica vem da estação da esquerda magnetiza-se o eletroíman correspondente, que atraí a armadura, a qual larga uma alavanca, que gira e faz tocar uma mola no botão metálico por onde passa a corrente da pilha local, fechando o circuito e fazendo com que a campainha toque, e no postigo fica descoberto um círculo de cartão, que indica que a estação da esquerda chamou. Então o telegrafista carrega com o dedo no botão que se encontra na parte superior do aparelho e faz voltar a alavanca à sua posição primitiva. Se é a estação da direita que chama é então o eletroíman da direita que funciona e põe em atividade a campainha, descobrindo o círculo da direita, ficando a ver-se no postigo.

Utilizado para avisar o telegrafista da estação quando vai ser transmitido um despacho, ora da estação da direita ora da estação da esquerda.

A Oficina de Instrumentos de Precisão foi criada em 1854 sem sanção legal, apenas porque existia a necessidade de efetuar no pais a reparação dos instrumentos de uso quotidiano dos serviços oficiais e dos estabelecimentos científicos. Era, também, intenção do mentor da ideia - José Vitorino Damásio, diretor e lente do Instituto Industrial de Lisboa e colaborador nas grandes realizações tecnológicas do Fontismo - lançar a industria de instrumentos científicos de que o pais carecia. Na Oficina de Instrumentos de Precisão passavam-se a concertar e a fabricar artefactos par a Direção de Obras Públicas, Comissão de Geodésica, Companhia de Caminhos de Ferro e Escolas Superiores. Em 23 de dezembro de 1856 o governo ordenou que na Oficina de Instrumentos de Precisão se construíssem e se reparasse todos os aparelhos e máquinas empregues na telegrafia elétrica, que se instalara oficialmente em Portugal no ano anterior (abril de 1855). Trata-se de um momento importante na história da Eletrotecnia. Com a reforma do ensino industrial em 1864 foi institucionalizado o ensino na Oficina de Instrumentos de Precisão no Instituto Industrial de Lisboa, a que foi dado um diretor nomeado pelo governo, e que década seguinte acabou por ficar instalada em edifício próprio.
(https://paginas.fe.up.pt/histel/fhistins/OficinaIC.pdf)

Relatório sobre o Instituto Industrial e Comercial do Porto, Ano lectivo de 1887-1888, Imprensa Nacional, 1889.