Este é um instrumento de observação do tipo refletor e consta de um tubo cilíndrico, aberto numa das extremidades, e fixo num suporte que permite a sua rotação segundo um eixo horizontal. A luz é refletida por um espelho côncavo situado no extremo oposto, e dirigida para a face de um pequeno prisma que, por reflexão total, a reenvia na direção perpendicular, onde se forma a imagem. A observação é feita através de uma ocular com elevado poder de ampliação. O facto de esta imagem ser invertida não afeta as observações astronómicas, e podem ser efetuadas medidas com o auxílio de um retículo colocado no foco do espelho, que aparece sobreposto à imagem observada. Sobre o tubo principal e paralelamente ao seu eixo está fixada uma pequena luneta, com menor poder de ampliação, mas que é utilizada para o astro que se deseja observar posteriormente com maior rigor, e que seria difícil de localizar por observação direta através do telescópio.

Utilizado para a observação astronómica (observação de alta precisão, para pesquisa e medidas diferenciais).

As primeiras observações astronómicas com recurso a lunetas devem-se a Galileo Galilei, que aperfeiçoou os exemplares existentes na época até conseguir ampliações de 30 vezes experimentando várias combinações de lentes, mas sem ter conhecimento do seu modo de funcionamento - os primeiros estudos sobre a propagação da luz através de lentes datam de 1611 e foram publicados pelo alemão Johannes Kepler (1571-1630). Mais tarde os astrónomos Christiaan Huygens (1629-1695) e Giuseppe Campani (1635-1715) implementaram grandes telescópios de refração através de melhorias significativas no fabrico de lentes.
A construção em 1671 do primeiro telescópio de reflexão deve-se a Sir Isaac Newton (1642-1727), embora a conceção de um instrumento deste tipo, mas de caraterísticas diferentes data de 1663, tendo sido descrito na obra ótica do matemático e ótico escocês James Gregory (1638-1675).