Composto por três lunetas montadas sobre a mesma base, e cujos eixos longitudinais convergem para as faces de um prisma em vidro flint. A primeira, a luneta propriamente dita, com objetiva e ocular, pode rodar em torno do prisma, e está munida de um botão para focar a imagem do espectro, e de um parafuso de pressão para a inclinar mais ou menos sobre a face do prisma. A segunda luneta (colimador) capta a luz que se pretende estudar por uma fenda vertical, fazendo-a convergir através de um sistema de lentes e colimando-a, ou seja, tornando os seus raios luminosos paralelos e incidentes no prisma segundo a mesma direção. A luz decomposta pelo prisma - o espectro - pode ser observada nitidamente através da primeira luneta. A terceira e última destina-se a medir a distância entre as riscas espectrais, possuindo na sua extremidade anterior um micrómetro cuja imagem é sobreposta sobre a imagem do espectro de modo a que, observando ambas em simultâneo através da primeira luneta, sejam possíveis as medidas pretendidas. Possui igualmente três parafusos que permitem que a imagem da escala seja focada, e deslocada vertical e lateralmente em relação ao espectro. A espessura da fenda por onde entra a luz em estudo é ajustada por um parafuso de pressão. Um pequeno prisma de 60º está montado sobre a fenda, ligeiramente acima do seu ponto médio, e é utilizado sempre que se pretenda a comparação simultânea de dois espectros.

Utilizado para observar espectros usando a dispersão de um feixe luminoso por um prisma.

Foi o matemático, físico e astrónomo britânico Isaac Newton (1642-1727) quem pela primeira vez decompôs a luz solar - luz branca - com um prisma em 1666, mostrando que se tratava de uma mistura de luz de diversas cores, sete delas visíveis pelo olho humano. Após os trabalhos do físico alemão Joseph von Fraunhofer (1787-1826) sobre os espectros de fontes luminosas naturais e artificiais, o seu conterrâneo Gustav Robert Kirchhoff (1824-1887) inventa o espectroscópio, em 1859, e juntamente com Robert Wilhelm Bunsen (1811-1899) cria uma nova disciplina, a análise espectral, no âmbito da qual descobriram dois novos elementos químicos, o césio e o rubídio. Esta poderosa "ferramenta" permite estudar e medir os comprimentos de onda das linhas espectrais, tendo-se destacado pelo seu trabalho nesta área o físico sueco Anders Jonas Angström (1814-1874), e a quem foi prestada homenagem pela designação de angstrom à unidade de comprimento por si utilizada, e correspondente a um décimo de milionésimo de milímetro.