Composto por uma base e duas lunetas fixas e alinhadas longitudinalmente: a primeira, a luneta propriamente dita, com objetiva e ocular, possui um botão para a focagem da imagem observada. A segunda luneta (colimador) capta a luz proveniente de uma lâmpada ou de uma chama por uma fenda vertical, fazendo-a convergir através de um sistema de lentes e colimando-a, tornando os seus raios luminosos paralelos. A espessura da fenda pode ser ajustada por um parafuso de pressão, e a sua imagem observada através da primeira luneta. Entre ambas e no topo da base de suporte situa-se uma cuba em vidro de forma prismática, envolta numa caixa metálica com aberturas laterais para deixar passar a luz, e destinada a conter o líquido em estudo. A caixa assenta numa placa que se pode fazer deslizar na direção perpendicular à das lunetas acionando um parafuso, e que possui uma escala com nónio, graduada em milímetros. O seu funcionamento baseia-se na compensação, por um prisma sólido de ângulo variável, do desvio sofrido pelos raios luminosos através de uma massa líquida prismática de ângulo fixo. O prisma sólido de ângulo variável é determinado pela forma exterior de cuba; o prisma líquido pela sua forma interior. Com a cuba inicialmente vazia e o colimador iluminado, observa-se através da luneta a imagem da fenda. Esta imagem é centrada deslocando o suporte da cuba até a fazer coincidir com uma marca de referência (retículo). Enchendo a cuba com o líquido em estudo a imagem observada surge com um desvio lateral cuja correção se faz deslocando novamente a cuba. A diferença de posições registadas na escala solidária com o suporte fornece diretamente o valor do índice de refração pretendido. Este aparelho está geralmente calibrado para a luz amarela do sódio; se se pretende valores de índices de refração para outras frequências deve consultar-se a tabela fornecida pelo fabricante.

Utilizado para medir índices de refração de líquidos.

A determinação dos índices de refração de sólidos, líquidos ou gases é de importância fundamental para a projeção de instrumentos óticos e para a previsão e interpretação de muitos fenómenos. Foi o físico francês Charles Féry (1865-1935) o inventor do refratómetro que tem o seu nome. Professor na Escola de física e química de Paris, criou ainda uma pilha elétrica e diversos aparelhos que se tornaram clássicos, entre os quais um espectrógrafo, um actinómetro e um pirómetro ou luneta de Féry. A determinação dos índices de refração de sólidos, líquidos ou gases é de importância fundamental para a projeção de instrumentos óticos e para a previsão e interpretação de muitos fenómenos. Foi o físico francês Charles Féry (1865-1935) o inventor do refratómetro que tem o seu nome. Professor na Escola de física e química de Paris, criou ainda uma pilha elétrica e diversos aparelhos que se tornaram clássicos, entre os quais um espetrógrafo, um actinómetro e um pirómetro ou luneta de Féry.