Composto por duas lentes, que estão incorporadas numa estrutura metálica, por onde o utilizador "espreita". Na outra extremidade está um suporte onde eram colocados os clichés.

Utilizado para se obter uma visão binocular, vendo imagens planas com a mesma sensação de relevo ou tridimensionalidade.

O inventor do estereoscópio e o homem que o batizou foi Sir Charles Wheatstone. Este usou pela primeira vez o instrumento em 1838 para ver um par de figuras geométricas desenhadas cuidadosamente. As primeiras fotografias estereoscópicas foram feitas, a seu pedido, por Fax Talbot e Henry Collen em 1841.
Uma estereografia consiste num par de fotografias montadas lado a lado, uma delas mostrando o objeto como é visto pelo olho direito e a outra mostrando mesmo objeto conforme é visto pelo olho esquerdo. Colocando a estereografia num aparelho especial, cada olho focaliza a direção correta, surgindo assim a imagem em terceira dimensão. Este aparelho é chamado de estereoscópio.
Em 1844, Sir David Brewster começou a fazer estereoscópios compactos equipados com visores de aumento, com o propósito de fundir pares de daguerreótipos tomados por câmaras de artifício lateral por 2 1/2 polegadas entre as exposições. Após algumas tentativas, ele finalmente desenvolveu em 1849 seu conhecido instrumento em forma de caixa com duas lentes de aumento descentralizadas em cima, uma abertura em baixo para o daguerreótipo, ou - posteriormente - para impressão em papel, e uma portinhola dobrável na frente para a entrada da luz. A razão das lentes descentralizadas, duas objetivas afastadas uma da outra em 2 1/2 polegadas, era para permitir ver o impresso, ligeiramente maior que a separação entre os olhos.
Apesar de os conceitos básicos da visão estereoscópica serem conhecidos
há mais de dois mil anos, nenhum artista podia representar num desenho ou pintura a pequena diferença na perspetiva percebida, em função da distância de aproximadamente 2 1/2 polegadas entre os dois olhos. Com o surgimento da fotografia, nos anos de 1840, pode-se produzir um par de imagens satisfatórias que se uniam no cérebro do observador.
Hoje, qualquer pessoa pode usar uma câmara estereoscópica com somente algumas instruções, e qualquer criança pode possuir um "Viewmaster", com cartões circulares contendo sete pares de fotografias estéreo. Mas é altamente elucidativo compreender como, no início do séc. XIX, quando a fotografia estava apenas na infância, Sir David Brewster viu a necessidade de explicar como cada olho vê uma imagem de um mesmo objeto, e como o cérebro une essas duas imagens desiguais numa única e aparentemente sólida reconstrução da cena original.
A primeira demonstração do estereoscópio ao público em geral foi em 1851, durante a exposição no Palácio de Cristal, em Londres. Antes do surgimento da fotografia, os clichés eram pintados à mão ou em daguerreótipos.