| Denomimaçao Especifica: | Máquina Eletrostática |
| Descrição: | Composta por um conjunto de seis discos de vidro com cerca de 50 cm de diâmetro, mondados verticalmente sobre um eixo horizontal comum, passando pelo seu centro, e em torno do qual podem rodar. As extremidades do eixo assentam sobre duas colunas fixas numa mesa de madeira. Os discos estão revestidos com uma camada de verniz isolador e dois deles, situados num dos extremos do eixo, possuem setores de estanho, pequenas placas coladas na direção radial em todo o seu perímetro. Um sistema de transmissão formado por rodas metálicas e correias de couro permite colocar em rotação todos os discos, acionando uma manivela situada abaixo do tampo da mesa. Iniciando o movimento de rotação, cada um dos discos é friccionado num dos lados por dois pincéis ou escovas, formados por fios metálicos orientados perpendicularmente à sua superfície, e colocados verticalmente em extremos opostos do seu diâmetro. Deste modo, o disco ficará eletrizado positivamente ao longo de uma faixa anular correspondente à zona de contacto entre o vidro e as escovas, que adquirirão carga negativa. Todas elas estão em contacto através de uma estrutura metálica horizontal, a esferas igualmente metálicas que funcionam como coletores de carga elétrica negativa. Cada disco "é servido" ainda por duas lâminas metálicas, colocadas igualmente em extremos opostos do seu diâmetro, do mesmo lado das escovas mas na direção horizontal. |
| Finalidade: | Utilizada para criar carga elétrica por fricção, por contacto e/ou por indução ou influência, sendo essa carga coletada ou armazenada em corpos adequados, para posterior uso. Em geral essa carga é usada para carregar garrafas de Leyden ou condensadores. |
| História do Objecto: | A máquina eletrostática mais primitiva foi desenvolvida por Otto von Guericke (1602-1686), em Magdeburgo, atual Alemanha, por volta de 1663. Consistia em uma esfera sólida de enxofre montada sobre um eixo de ferro, que se encaixava em um suporte em uma caixa de madeira. A caixa servia para guardar acessórios para o gerador. A esfera era girada pelo eixo com uma mão enquanto é friccionado com a outra mão. Quando eletrizada, era retirada do suporte e usada para experimentos diversos, como perseguir uma pena, que era ora atraída, ora repelida pela esfera. Von Guericke, entretanto, não distinguia claramente o que era a eletricidade. A partir do fim do século XVII, vários pesquisadores desenvolveram a máquina de atrito: Hauksbee (Francis, c. 1666-1713) (Inglaterra) passou a usar globos de vidro girados rapidamente por sistemas de polias. O uso das mãos para atrito não era muito prático, e perigoso, o que levou ao uso de almofadas de couro em substituição às mãos, melhoria atribuída a Winkler (Johann Heinrich, 1703-1770), por 1744. Logo se descobriu que as almofadas funcionavam melhor se pulverizadas com pós metálicos, geralmente amálgamas diversos. Bose (Georg Matthias, 1710-1761) deu a forma final básica à máquina de atrito com globo, incluindo um coletor de carga isolado, coletando carga da superfície do globo através de pontas, ou simplesmente pela proximidade, como na demonstração acima. A máquina múltipla de Watson (William, 1715-1787) incorporava todos estes detalhes. Em 1752, Windsor, na Inglaterra, descreveu uma máquina usando um cilindro de vidro, com almofada de atrito e coletor de carga com pontas. Máquinas similares foram populares por muito tempo, como as construídas pelo construtor inglês Nairne (Edward, 1726-1806) a partir de 1770. Em 1756, Sigaud de la Fond (Joseph Aignan, 1730-1810) construiu uma máquina usando um disco de vidro, em que apenas um lado era usado. A ideia foi aperfeiçoada pelo construtor Ramsden (Jesse, 1735-1800) em uma forma muito prática, usando os dois lados do disco, que se tornou um dos padrões para máquinas de atrito. A máquina de Ramsden usa um disco de vidro, friccionado por quatro almofadas montadas em suportes verticais, e coletores de carga providos de pontas nos dois lados, ligados a uma estrutura de condutores isolados. Em algumas versões, o disco, após tocar nas almofadas, é coberto por uma aba de tecido isolante, como seda, para evitar descargas para as almofadas. Eu construí uma pequena máquina assim em 1975, usando um disco de acrílico. Minha máquina somente funciona se muito seca, e assim mesmo é fraca, devido ao pequeno tamanho. Outra forma prática para a máquina de atrito é a de Winter (Georg Karl) ou de Le Roy (Jean Baptiste, 1720-1800). Consiste em um disco de vidro montado em um eixo isolante, friccionado por um lado por uma dupla almofada de couro, com abas isolantes, e com coletores de carga na forma de anéis com pontas voltadas para o disco do outro lado. Tensões positivas são coletadas nos coletores de carga, e negativas nas almofadas isoladas. Esta máquina procura gerar a mais alta tensão possível, afastando tanto quanto possível as almofadas de atrito do coletor de carga. Modelos como os da figura eram fabricados ainda nos anos 1920. Era comum acoplar a esta máquina um anel de madeira com um fio metálico embutido ("anel de Winter"), o que se dizia aumentar a força das faíscas geradas, como visto nesta elaborada máquina, com um anel duplo. Em 1784, Van Marum (Martinus, 1750-1827), na Holanda, junto com construtor de instrumentos Cuthbertson (John, 1743-1821), construiu uma enorme máquina de atrito, com dois discos de 165 cm, que era capaz de gerar faíscas com mais de meio metro. Esta máquina está ainda hoje no museu Teylers. |
| Localização: | Exposição |
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| Tipo de Material: | madeira, vidro e várias ligas metálicas | ||||||||||||||||||||
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| Época / Periodo Cronológico: | |
| Século(s): | - |
| Ano(s): | - |
| Justificação da Data: | |
| Outras Datações: |
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| Data: | |
| Ano(s): | - |
| Modo de Incorporaçao: | Aquisição |
| Preço: | 4.000$00 Esc. |
| Especificação: | Informação recolhida no inventário de 1938 |
| Livros: |
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| Observações: |